Por Mirian Vieira
Campos e mais oito municípios participaram neste sábado (19) da III Conferência de Igualdade Racial do Norte e Noroeste Fluminense (Corpir), organizada pela Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos e realizada na Tenda Cultural, na praia do Farol de São Tomé. O evento reuniu cidades como Macaé, São Francisco de Itabapoana São João da Barra, Quissamã, Itaperuna e Varre-Sai.
O subsecretário, Gilberto Firmino, destaca que Campos sempre foi pioneiro na luta antirracista e teve grandes abolicionistas como referências nacionais e mundiais, como José do Patrocínio. “Para nós de Campos, quanto poder público, receber esses municípios menores, é uma missão. O prefeito Wladimir Garotinho determinou que conseguíssemos fazer de Campos um polo de promoção de igualdade racial. Então, hoje, receber esses municípios em uma tenda lotada, para nós, é uma satisfação muito grande e, também, estar podendo representar bem os nossos heróis e abolicionistas”. As propostas em âmbito municipal são fundamentais para a atualização do Plano Municipal de Igualdade Racial (Plamir) que está vigente. O objetivo do evento foi promover o debate, as reflexões e o encaminhamento de medidas de enfrentamento ao racismo, e outras formas de discriminação étnico-racial, étnico-cultural e de intolerância religiosa.
Em entrevista para o portaltemponoticias, as representantes dos movimentos negros e movimento de mulheres Vai Ter Gordas de Campos e São Francisco Rosângela Gomes, Maria Aparecida e Sueli Silva disseram sobre as demandas de de organização dos movimentos em prol das necessidades da classe como :
Efetivar a implantação das convenções 100, 111 e 169 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) concernentes à discriminação em matéria de
emprego, salário e profissão, Implementar no serviço público o programa de combate ao racismo
institucional.
Implantar a dimensão de raça, gênero e juventude nas políticas públicas de
trabalho, renda e empreendedorismo; formação profissional; programas de
emprego de emergência; e micro-crédito.
Criar mecanismos de fiscalização quanto à prática de discriminação racial na
ocupação de vagas no mercado de trabalho.
Estruturar um sistema de indicadores de raça e gênero para a avaliação e
monitoramento das políticas públicas de geração de emprego e renda e
combate à discriminação racial e à pobreza.
Assegurar a introdução do quesito raça/cor nos formulários públicos de
morbidade e mortalidade no trabalho, bem como nos formulários de acidente
do trabalho e das doenças ocupacionais, e incentivar que as empresas o façam.
Garantir a inclusão da discussão e participação dos imigrantes nos núcleos de
promoção da igualdade racial nas Delegacias Regionais do Trabalho,
assegurando a agilizaçao.Além de outras demandas.
Agora cada Município e Movimento irá fazer suas agendas de eventos de conscientização.